DE VOLTA À VIDA

Não fujo ao que vos escrevo

sempre com mui enlevo

força e carisma

se nesta minha poesia

escrita por outro prisma

vos disser

que anos de reclusão

por falta de trabalho

me traz certa desorientação.

Medo de fracassar

e de não bem desempenhar

a vontade do patrão

para isso serve-me o poema

para contar-vos da escuridão

que me assalta

vendo meus braços fracos

por falta de acção

em seus movimentos parcos.

São quatro anos inactivo

o momento é decisivo

para voltar à sociedade

por isso escrevo

com toda a sagacidade

que vive no mais de mim

e me sussurra ao ouvido

de forma serena

o que aqui tem de ser devido.

Vivo sobre efeito da medicina

a repor-me ela me ensina

a resgatar a pessoa

que se perdeu um dia

e dentro de mim ressoa

a vontade de viver

voltando a ser produtivo

como em tempos o fui

quando então não era cativo.

Não quero que a inerme lava

de mim se torne escrava

pois sempre fui lutador

algumas vezes de causas perdidas

mas vesti-me de trabalhador

e de consciência tranquila

a todos mostrei meus ideais

que o que se planta não aniquila.

Jorge Humberto

13/07/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/07/2008
Código do texto: T1079612
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