INDEFINIÇÕES DA ESPERA

INDEFINIÇÕES DA ESPERA

Juliana S. Valis

Construímos sonhos como castelos no ar,

Esperando que tudo passe de mal,

Desejando que tudo possa mudar,

Quando a paz nos venha, afinal,

Edificar na alma o seu lar...

E queremos sempre um alívio,

Um motivo que supere a tristeza,

Uma música humana, indefesa,

Uma razão que não veja o martírio !

Mas quantas indefinições cabem na espera

Por uma nova era que não existe ?

Quantos sonhos de uma paz sincera

O mundo só destrói na realidade triste ?

E, no fundo, sempre queremos mais,

Nos ideais amenos de humanidade,

Mas o poder se perde na ambição que invade

O coração imundo de seres tão "normais"...

Então nos resta uma esperança sempre vaga

No amor que dança em cada sonho, sem medida;

Mas buscar qualquer sentido nessa vida

É desafio nesse mundo que desaba.