O CAVADOR DO INFINITO

Cava um verme a montanha

Do infinito...

Ninguém ouve o seu roer...

Nem o seu grito...

Cava, cava. A cada dentada

Aumenta sua dimensão...

Abre-se poderosas entranhas

Formando um forte grotão..

Cava, cava, persistentemente,

Faísca fúlgidas saídas dos dentes

Fazem luz na profunda escuridão...

Cava, cava o verme o rígido sólido.

É o verme querendo virar uma estrela...

Hoje verme... Apenas um micróbio...

Perante a beleza da lua de luz cálida...

Amanhã asas azuis de gigante borboleta

Nova que se desprende da crisálida...

Cava, cava o verme do infinito...

Viaja com gosto a cada deglutição

Numa tentativa vã de matar sua fome...

Este verme é o insignificante homem.

A montanha é a Educação.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 31/08/2008
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