O CAVADOR DO INFINITO
Cava um verme a montanha
Do infinito...
Ninguém ouve o seu roer...
Nem o seu grito...
Cava, cava. A cada dentada
Aumenta sua dimensão...
Abre-se poderosas entranhas
Formando um forte grotão..
Cava, cava, persistentemente,
Faísca fúlgidas saídas dos dentes
Fazem luz na profunda escuridão...
Cava, cava o verme o rígido sólido.
É o verme querendo virar uma estrela...
Hoje verme... Apenas um micróbio...
Perante a beleza da lua de luz cálida...
Amanhã asas azuis de gigante borboleta
Nova que se desprende da crisálida...
Cava, cava o verme do infinito...
Viaja com gosto a cada deglutição
Numa tentativa vã de matar sua fome...
Este verme é o insignificante homem.
A montanha é a Educação.