Sertão salgado


O sol é quente a pele é ruiva
o vento corta e a brisa sutura.
o céu vasto parece nu,
As nuvens valsam sem pingo algum.

Onde foi mar hoje é secura,
a água esquece, a sede nunca.
As nuvens choram a terra enxuga
o pasto nasce a fome cura.

O verde é saldo mas pouco dura
e a terra sofre até as chuvas,
os filhos nascem e o úbere murcha,
a fome toca e a morte escuta.

O povo pede com reza a chuva
mas a imagem parece surda.
A chuva vem e a reza muda,
água demais a casa inunda.
Ulisses Maia
Enviado por Ulisses Maia em 27/10/2008
Código do texto: T1251506
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