VARANDA

Deitei-me à rede na varanda fresca,

Provoca-me nostalgia o pensar,

E a brisa embalando o meu sonhar,

Que leva-me a tua presença.

Tristes olhos a incomodar com tamanha indiferença

Falta coragem, decisão e até, inspiração,

De levantar-me e seguir adiante, a prova incomoda;

Lamento a grande separação.

E assim, sonho o sonhar na distância.

A capacidade inexaurível dominadora

Sentimentos constrangem a renuncia

Continuando inda sim sofredora.

Não tenho em mente uma inspiração fingida,

Nem sei se conseguiria reluzir,

Trava em mim uma única batalha

De dizer-te o que só sei sentir.

Eis o que sinto, dentro do peito.

Registro a todos os instantes

Da palavra ora que excitante,

Com começo, meio e sabendo-se o fim.

Há lutas, embates, vivência...

A quem servir da inocência

Dessa luta sem se quer ter glorias,

Vivendo o anonimato de um mal real.

A ti, esperança se triunfar,

Restabelece o vigor do pensamento

Buscando a cada momento o ser - se existe ideal.

Mergulha na face que oculta

O raiar da aurora embevecida.

Revitaliza o sabor da existência

Sem conhecer a tal experiência

De poder novamente antecipar

Se o amor imitar o consciente

– Hei simplesmente amar.

Morgana Rosa
Enviado por Morgana Rosa em 19/11/2004
Código do texto: T128
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