MUSAS NÃO DEVEM CHORAR

Não posso admitir tua tristeza, tal como ignoro primaveras desprovidas de jardins;

Almas de querubins são tão inebriantes, que nunca deveriam chorar;

Foi para elas que Deus criou o mar, é delas os montes esperançosos e seus confins;

Mesmo seus açoites que não passem de festins, e não se apague quem nasceu para brilhar!

Do alto de tua sublimidade, contempla ó anjo meu, os teus opositores;

São peças figurando como atores, servindo a um teatro de roteiro previsível;

Por mais que te pareça impossível, todavia, transitórias serão tuas dores;

E esse teatro de horrores fechará suas cortinas para o aplauso digno de teu nível!

Enxuga o pranto que persiste a deslizar por esse rosto de princesa;

Avista o que há além dessa tristeza, porque nenhum vazio será maior que teu triunfo;

Fazendo uso desse grande trunfo que é a tua posse da verdadeira beleza;

Tua felicidade voa na vanguarda da certeza, teu medo é grão e tua sorte há de ser mundo!

E assim, que passe sem vestígios essa tormenta e a solidão que te atormenta;

O que não for real a gente inventa, pra ver o sol no céu e aqui na Terra o teu sorriso;

Um dia atrás do outro é como aviso de que a brisa vencerá a tempestade que venta;

E se a caminhada for lenta, pra te ver feliz, apresso o tempo, se for preciso!

"Sei que há espinhos nas flores, mas eles existem para protegê-las e não para ferí-las"

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/12/2008
Código do texto: T1318225
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.