"Seja o Melhor que Pode Ser"

Queria que as flores desistissem do perfume

E da piscadela, desistisse então, o vagalume;

Envolto, o sol e o céu no grande horizonte vermelho...

Colorindo o infinito de tons claros em degrade

Brindo comigo mesmo, brinco em caminhos torvos,

Em figuras tingidas, frases escuras que não devo escrever,

E dias quentes, cientes de falas que não quero esquecer...

Tamanhas desavensas, devaneios e meras distrações naturais...

Caminhos calmos de pedras quebradas,

E árvores centenárias de infinitas histórias...

Em um campo verde-fosco-claro de eucaliptos...

Em amplitude indecifrável...

Queria que as aves desistissem do céu

E as abelhas desistissem do mel;

Para qu'eu pudesse mesclar em partes minúsculas,

Pares quase invisíveis a olho nu

Toda essa minha imensa solidão (imensidão)

E que todos os peixes desistissem do mar;

Da água-viva tão sem reação perante a correnteza

Até o mais feroz dos tubarões, pleno em sua realeza

Que as fotos e os fatos não se revelassem

Fingissem tanto quanto fingo eu

Temo por termos comuns, que nem mesmo li antes de assinar,

Espero que o fim seja tão simples quanto o começar...

Queria que do arco-íris desistissem as cores

E a noiva de luto eterno, abandonasse suas dores...

As flores, que um dia enfeitou o funeral...

Amigos que um dia choraram,

Agoram sorriem perante tamanha harmonia...

A minha agonia.. é inconsequente... indecente...

Eu sei que posso ser bem melhor do que sou...

Posso saber mais do que sei...

Mas sei pouco, quase nada.. absurdamente nada...

Não me conformo...