Caçador de estrelas
 
                   I
 
Grito
E não ouço minha voz.
Tento falar
E não me respondem.
Caminho...
 
                   II
 
Às vezes divago na penumbra
que me faz invisível das minhas emoções...
 
                   III
 
Tem certas noites
que caço vaga-lumes no jardim...
Nem por isso deixo de olhar para as estrelas
que povoaram de maravilhas
meu sonho de menino.
 
                   IV
 
Fico refém do tempo e das possibilidades.
Sou aquele que espera...
 
                   V
 
Há tanta coisa errada
e não me corrijo.
A chuva me enfastia
no cárcere da esquina.
Sou livre para voar...
 
 
                   VI
 
Ah, se eu pensasse um campo de rosas...
E tivesse a luz de olhares infinitos...
Traria a imensidão deste céu
para dentro das minhas limitações...
 
                   VII
 
Volto a correr pelos campos verdes.
Ajunto minhas lembranças nos alforjes.
Leva-me o vento dos desejos
para onde vive um coração feliz.
 
                    VIII
 
Quem me dera espalhar o meu canto...
Ouvir minha voz, derramar meu pranto.
Caminhar pelas estrelas.
Habitar meus sonhos.
Abrir minhas janelas
e me encontrar...
 
                     IX
 
(Na madrugada fria, apenas uma estrela luzia...)
 
                     X
 
- E tu, o que fazes?
- Caço!
- Caças? Caças o quê?
- Caço o brilho das estrelas
nos olhos de quem ama...
 
                            Vinhedo, 17 de janeiro de 2009.
Benevides Garcia
Enviado por Benevides Garcia em 17/01/2009
Reeditado em 10/06/2016
Código do texto: T1389578
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