INFERNO DE CADA UM
Que inferno de vida
Que vida sem vida
Que droga de vida
Essa é minha vida
Será que estou vivo
Ou será que estou morto
Talvez sou aborto
Onde estou, para onde vou?
Sou o asco da natureza
Sou a febre do inferno
Sou a fome sou a sede
Sou carrasco de mim mesmo
Que marasmo de vida
Sou cicatriz sou ferida
Sou da preguiça o motivo
Sou do inferno o nativo
Sou a dor da consciência
Gosto de não ter paciência
Não sei quem são os meus pais
Talvez um cruzamento da morte com satanás
Quando vejo a injustiça
Dou pulos de alegria
Só quero ver a carniça
Sou adepto da antipatia
Sou assassino da paz
Sou deserto do amor
Até matar sou capaz
Sou descendente de Barabas
Sou como um anticristo
Sou da escrita um risco
Sou nas fezes um mosquito
Sou feio sou esquisito
No sono sou pesadelo
Na maldade sou modelo
Não tenho medo de nada
Porque na vida não sou nada
Quem nunca se sentiu assim
Pelo menos por um segundo
Todo tem um pouco de imundo
No inferno de cada um.