"Um Ótimo Começo" (Ágætis Byrjun)

As partes de um todo juntam-se lentamente

Tentando enxergar cada simples tom de cor

Em notas musicais de uma melodia de amor...

Noites atrás, esperei pelo sono que demorou a vir,

Os sutis sonhos subitamente surgiram...

Pr'aquele garoto solitário que queria dominar o mundo

E que esperou calmamente pela peça que sempre lhe faltou

Aquela pecinha especial que não deixava o quebra-cabeça se completar...

O tempo passou tão rápido,

O vento soprou tão fácil,

Tempos e ventos demais...

Não há brisas que sopram duas vezes o mesmo rosto,

E nem lágrimas que escorrem até o queixo duas vezes,

Mas o sol há de brilhar por dias inteiros,

Até mesmo de noite, e saberemos que quando amanhecer

O sol ainda terá brilho suficiente para mim e para você

Sem distinções reais ou noções em degrade...

Pois do raiozinho de sol que reflete em teus olhos,

Eu vejo brotar minha peça,

Aquela pecinha que faltava para entender toda a peça

O sentimento se esboça tão pálido,

No mesmo final de tarde de orvalho,

Sentimentos de espera eternos (mas esperançosos)...

Temo tanto quanto você,

Meu mar de incertezas inunda toda essa planície,

Mas no fim, tudo se renova...

De forma tão sublime, o fim porta o recomeço tão diretamente...

É tão bom pensar naquelas tardes,

Que sempre nos esperam, em sonhos formados aqui mesmo...

No som da TV desligada, nas músicas tão certas.

Haverão barreiras maiores que nós,

Onde mesmo juntos, estaremos a sós.

E caminhos tão sinuosos que nem poderemos caminhar,

Daremos as mãos e sentiremos no ar

A suave brisa que move os moinhos de vento...

Tornaremos-nos infinitos como o próprio pensamento.

É minha cor que nunca desbota,

É o sabor que nunca esqueço

Dê-me tuas mãos... É um ótimo começo...

Sinta-se bem.

- Poema Inspirado na música 'Ágætis Byrjun' da banda islandesa Sígur Rós.