Sou Águia       

 Renovo-me, sou águia!
 
Voo pra longe de mim, procuro um lugar secreto. Não o conheço. Busco.
 Aquieto-me num canto, preciso de um lugar seguro.
Na mais alta rocha do meu ser, permaneço agora minha, protegida...
Bato com força meu bico velho, meus versos, amores...
Liberto-me!
Confusa, aguardo....
Cresço me refaço, preciso continuar...
Não sei se posso abandonar-me!
Rogo a Deus que não me desampare, prossigo...
Com meu novo bico, meus poemas não escritos, amores não vividos arranco uma a uma a dor que existe em minha alma, são garras sem valor, sem nada.
Meu sangue se esvai vagarosamente sobre minha dor, sinto tanta amargura que finjo estar morta. Meu corpo clama por alma e, eu não a tenho.

Ainda fraca, sem vida, rogo a Deus que não me desampare! Espero...
Quase liberta, mas ainda coberta de enganos, arranco minhas penas uma a uma, não posso me livrar de tudo, preciso deixar algo... Devo favorecer meus enganos inocentes, inconsequentes, ainda sou ser, preciso viver com algumas sombras do passado, apago-me por inteiro...
Espera...
Livre de mim...

 Busco-me!

 Voo alto!...

 Deixo-me ser levada pelo vento...

Abro as asas da vida.

 Avanço firme, forte, outra e sempre a mesma...
Recomeço tudo outra vez!

Bianka Luz
Enviado por Bianka Luz em 11/04/2009
Reeditado em 06/08/2010
Código do texto: T1534496
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