Um canto de paz
Lá vai o alazão do tempo
Levando sobre o dorso
A saudade que aos poucos
Deixa de insistir no meu peito
Lá vai a ave do tempo
Levando até as nuvens
A solidão que aos poucos
Deixa o lado oculto da minha cama
Lá vão os ponteiros das horas
Levando na canoa
A tristeza que aos poucos
Vai cedendo lugar pra mais um sorriso
Lá vem um novo dia
Trazendo sobre os horizontes
O sol de um novo amor
Lá vem aquela flor
Da semente vinda de outras eras
Brotando na soleira dos meus olhos
Lá vem aquele colo
Tal qual solo quero repousar
Depois do cansaço da espera
Lá vem você
Fazer do meu canto
Um canto de paz