Será que faltou tempo?






T ermo que se usa
E se aplica no
M ovimento do dias
P assados nesta terra
O nde termina no eterno.

COM CARINHO
ANGELICA GOUVEA

         
          TEMPO



 Escrever neste exato momento:
 é tempo de crescer e vencer
 Escrever neste minuto
 é tempo de parar  e ouvir

 Escrever neste segundo  
 é  tempo de viver um amor profundo
 Escrever neste agora
 é  tempo de mandar a tristeza embora

Escrever neste instante.
é tempo de viver o presente
Escrever a vida inteira
é   tempo de acreditar num Deus Onipotente

Escreveria se preciso fosse
é tempo de construir um mundo
mais  fraterno.
Escreveria a Jesus e diria
obrigada pela teu sangue derramado na cruz

  Escreveria, escreveria e escreveria
"O tempo é o vento que nos impulsiona para frente."


                                 COM CARINHO
                            ANGELICA GOUVEA




Antes de tudo, muito grato pelo carinhoso acróstico.
Maravilhoso o seu poema. Muito bonito o artigo sobre o Tempo de Dijanira Silva.
O tempo é coisa séria. Abaixo um soneto do Século XVIII sobre o tempo:// A Conta e o Tempo // (Frei Antônio das Chagas (Século XVII))
 
Deus pede estrita conta do meu tempo, 
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta; 
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo foi me dado, e não fiz conta. 

Mas, como dar, sem tempo, tanta conta, 
Eu que gastei sem conta, tanto tempo?
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje quero dar conta, e não tenho tempo.

Ó vós, que tendes tempo sem ter conta, 
Não gasteis vosso tempo em passatempo. 
Cuidar, enquanto é tempo, em vossa conta. 

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando tempo chegar de prestar conta, 
Chorarão, como eu, o não ter tempo.


Enviado por Sharik Letak em 27/04/2009 21:55
para o texto:
"""TEMPO""" (T1562269






É difícil discernir o que fazer a cada instante

A vida segue seu curso, cada dia traz suas novidades e o tempo não para. Constantemente nos deparamos pensando no que deveríamos ter feito e chegamos à constatação de que faltou tempo! Será que isso é normal? Ou será que estamos inventando coisas de mais para fazermos, preenchendo tanto o tempo que falta espaço para viver?

Dizem os grandes sábios que o segredo para uma vida feliz é viver bem cada coisa a seu tempo. Mas em dias como os que vivemos, nos quais tudo é imediato e as oportunidades de escolha são sempre vastas, é tarefa um tanto difícil discernir o que fazer a cada instante.

Eu, particularmente, gosto de planejar o meu dia de acordo com o que preciso fazer, seja no trabalho, seja em casa ou até mesmo no lazer. Mas o fato é que agindo assim, também corro o risco de controlar meu tempo nos deveres e aprisionar minha liberdade de ser livre e viver naturalmente.

Basta alguma coisa sair fora dos planos que me vejo bastante contrariada. É como se eu me atropelasse nos meus próprios passos e o tempo fugisse de minhas mãos em segundos. Não é fácil lidar com o tempo e a velocidade da vida, aliás, é sabedoria que requer aprendizado, arte e disposição! Eu quero aprender e você?

Outro dia, falei sobre isso durante um programa que apresento na Rádio Canção Nova e fiquei admirada com a repercussão. Os ouvintes reagiram afirmando serem cúmplices da mesma luta. Talvez, seja mesmo coisa própria da nossa geração, que em parte é movida pela tecnologia do imediatismo.

Podemos viver sem pensar sobre coisas assim, mas considero importante refletir na vida que estamos levando... Hoje, parei para fazer isso perguntando-me: Será que a vida está indo rápida demais ou sou eu que estou meio lenta? Talvez eu precise acertar o passo. Sou mais do que aquilo que eu faço. Mas o ser e o fazer são realidades distintas que precisam de harmonia.

Já ouvi alguém dizer: “Sua cabeça até pode ser uma máquina, mas seu coração não!” Talvez esteja aí a razão dos descompassos do momento. É que o coração não combina com a pressa, ele tem seus mistérios, exige calma e arte para lidar com ele. É sensível, e o sentimento não combina com imediatismos. Para conquistar um bom emprego, a competência é conjugada com a agilidade, mas para conquistar um coração não é assim... Acredito que seja essa a razão do vazio que facilmente contemplamos nas pessoas que valorizam somente o poder. Quando nos interessamos de mais por “aquilo que queremos”, falta-nos tempo para nos interessarmos por “aqueles que queremos”. E aí o resultado quase inevitável são os atropelos e o vazio no fim da história. A opção é única: se quisermos conciliar os interesses de nossa vida, precisaremos ser vigilantes para não nos enganarmos nas escolhas e corajosos para recomeçar sempre que for preciso. E jamais abrimos mão do essencial. O que é essencial para a sua felicidade?

Considero importante identificarmos as razões para vivermos alegres. Não para viver inebriados, esquecendo-nos do mal que possa estar no mundo, mas para poder dar um impulso à nossa vida que tem, com certeza, nos oferecido coisas boas, as quais a velocidade não deixa contemplar. O sorriso, o choro, a simplicidade das crianças e os momentos de reflexão são boas formas de podermos valorizar a vida e apreciar o que de bom vai passando por nós. Não percamos mais tempo a correr sem destino certo. Andemos com mais calma, apreciemos mais a paisagem e quando chegarmos ao ponto determinado, veremos que a alegria da vida não está na chegada, ela foi distribuída durante o caminho. Se formos muito depressa, faltará tempo para recolhê-la.

A boa notícia que lhe apresento hoje é que ainda há tempo... Há tempo para mostrar quem somos sem temer a reação dos outros. Há tempo para cantar, dançar e brincar com as crianças.

Há tempo ainda para um bilhete no café da manhã, um telefonema inesperado durante o dia só para dizer: “Te amo”.

Há tempo para despertar o que talvez tenha ficado quieto por anos a fio. Para contemplar o pôr-do-sol, para molhar os pés na água do mar, caminhar descalço na areia da praia sem ter hora marcada para chegar. Há tempo para ser feliz e hoje é o tempo!

Foto

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal. Trabalha na Rádio CN FM 103.

ANGELICA GOUVEA
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 27/04/2009
Reeditado em 27/04/2009
Código do texto: T1562269
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