Eu Te procuro

Eu te procuro como o rio busca o mar.

Te procuro nas areias da praia,

mesmo sabendo que esta procura é vã.

Te procuro nesse amaranhado de passos;

pois conheço os teus pés, a tua anatomia.

Te procuro nas flores,

mas os beija-flores são pioneiros,

e em seus vai-e-vem

sempre chegam primeiro...

Quem me dera ser tão ligeiro!

Te procuro nas poesias decoradas em exaustão.

Na minha excêntrica comunhão.

Te procuro em cada palavra cobiçada;

nas rimas e versos tocantes;

nos beijos apaixonados dos amantes;

Até parece que os poetas conhecem meu viver!

Tem longa intimidade com meu ser!

Te procuro no alísio que antecede a chuva,

o vento se vai, e fico a esperar.

Te procuro na tempestade,

nos fortes pingos que castigam o meu rosto;

misturados aos suores cansados e vertentes...

A chuva dá a sua trégua, e você não aparece...

Te procuro nas noites, em mais uma prece.

Te procuro no breu das luas minguantes;

nas claridades da lua cheia de saudades;

nos quartos crescentes de desejos;

e é atrás de boas novas que tanto espero.

Teimo em procurar-te,

E você insiste em esconder-se.

Somos iguais o sol e a lua,

quando um vem, o outro se vai...

Vou te esperar até o outro Eclipse Lunar;

e se nela você aparecer, saberei aproveitar

esses momentos de angústia e procuras.

Marcos Antony
Enviado por Marcos Antony em 07/05/2009
Reeditado em 22/03/2010
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