DONA ESPERANÇA
Desorienta-me uma voz interna...
Língua escrota que tanto renego
A incitar-me os nervos,
Boquirrota de meus anseios
Hei de prendê-la, esta incurável,
Em invólucro indevassável, profundo,
Num retiro inabitado
Deste ou d’outro mundo
Onde estarei a depositá-la...
Será lá, onde brados de consciência
Não mais reclamem vingança!
Ah, como diz absurdezas
Esta intrometida “Dona Esperança”!