Sua Presença

Nua e desarmada,

Entregue, a sonhar

Fico a acreditar teimosa,

Num caminhar para além do horizonte

E nada acontece.

A crer no sorriso,

Indagando a própria sorte,

Sou prisioneira de mim.

Vivo feito sombra a gritar por socorro.

Procuro conhecer-me, querer-me

Devorar-me toda.

Resisto!

Vejo-me como uma mulher insana

Tremendo diante da vida

Respirando e transpirando desejos

Sem ao menos saber quais são.

Escondo um ser cansado,

Por de trás das longas

E pesadas asas, querendo voar.

Quando você vêm

Feito menino travesso

Bagunça tudo, vira-me do avesso

Leva embora minha tristeza,

Envolve-se em meus mistérios.

Injeta em minhas veias,

Todo o seu saber

Sua energia

Seu querer

E faz-me acreditar que não estou morta.

Mérci