A meio caminho do rumo necessário

Não me ufano por ter feito as necessárias batalhas

Com parte do povo, contra as injustiças.

Se há conscientização é o que se faz.

Disputado o ponto de vista dos abaixo do poder

Nem me compraz terem tantos caminheiros

Se embrenhado pela senda da desonra.

Porque campeia a busca hedonista, o dinheiro.

Aparecem apagados os caminhos trilhados

Lamento deixar ao futuro mundo pior que o sonhado

A derrota de tantas utopias, até do possível,

Nem só as por mim acalentadas.

Não nego ser parte dos degraus desta escalada

Não reluto em reconhecer que ainda há crimes

Mesmo que tenha presentes circunstâncias e limites

Mesmo o tamanho da própria impotência

Não desisto de a eles dar combate devido

Não se volta atrás, mas se lêem os feitos.

Eis que o tempo requer igual pesca em turvo

Recomeço, sem peias dos erros, que é humano.

Inda o mesmo modo de construir o futuro

Desfazer malfeitos, refazer a solidariedade.

Resta muita descuidada desoneração

Da maioria por suas íntegras verdades

Cabe transformar o cansaço e a fragilidade

Em amor, persistência pela fraternidade.

Impedir os triunfos das nulidades no porvir

Ter no altruísmo razão para a existência