DA PAISAGEM DO DIA
Não sei chegar cedo ao encontro.
Águas pálidas tão falazes
desmentem o ruído das cascatas.
A gruta chora em pedregulhos...
Existe um tesouro silenciosamente escondido.
A garoa gélida corta a praça
e se disfarça entre tantas árvores.
Atrás de cada esfinge, há um espaço
- não serve de abrigo ao mendigo trapalhado.
A paineira abriu seus frutos
e os frutos brancos voam alto,
quase tão alto quanto os pássaros
- muitos deixaram de fazer seus ninhos
nas copas das árvores e foram
construí-los sobre os transformadores de energia.
A rua passou quieta,
não acordou cedo e bocejou.
De longe pode-se ver o rio,
tão espremido entre as margens,
parecenco sofrer a todo instante.
São Paulo, 16 de fevereiro de 2005.