DA PAISAGEM DO DIA

Não sei chegar cedo ao encontro.

Águas pálidas tão falazes

desmentem o ruído das cascatas.

A gruta chora em pedregulhos...

Existe um tesouro silenciosamente escondido.

A garoa gélida corta a praça

e se disfarça entre tantas árvores.

Atrás de cada esfinge, há um espaço

- não serve de abrigo ao mendigo trapalhado.

A paineira abriu seus frutos

e os frutos brancos voam alto,

quase tão alto quanto os pássaros

- muitos deixaram de fazer seus ninhos

nas copas das árvores e foram

construí-los sobre os transformadores de energia.

A rua passou quieta,

não acordou cedo e bocejou.

De longe pode-se ver o rio,

tão espremido entre as margens,

parecenco sofrer a todo instante.

São Paulo, 16 de fevereiro de 2005.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 05/06/2009
Reeditado em 05/06/2009
Código do texto: T1633740
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