Imensidão de um dia.

Terna aurora toca o céu azul celeste

Em gotas de orvalho que pingam serenas

Que me eleva num ar encantado apenas

Ao olhar pra silvestre flor que me reveste

E me anima saber e ver tal grandeza

Mas logo me remete ao passado impuro

Que tanto temo e que me deixa inseguro

Com meu olhar tórrido ante a nobreza

Do remanso doce da plácida aragem

Que me guia e me esperge por sobre o prado

Cobrindo o ignóbil estio de meu fado!

Coração solitário, lobo selvagem

Caminho tão seguro quanto perdido

Continuo assim meu caminho e somente...

Peito em brasas, mas o coração dormente!

O sol não abranda o corpo desfalecido,

Queria morrer, mas nos teus olhos só há vida!

Passa dia! Passa! Leva-me aquele brando

Olhar!... Sim! Leva-me!... Deixa-me admirando

Deixa-me incinerar na tua chama ávida!

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 29/10/2009
Código do texto: T1894871
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.