O QUE AINDA QUERO

Eu quis pensar que nada teria fim,

que os caminhos eram maiores que meus devaneios,

que o tempo era uma constante ilusão,

sacramentando momentos que jamais passariam.

Eu quis transpor os limites da paixão,

edificar o amor, fazendo de base os meus sentimentos,

os meus sonhos e todas aquelas sensações...

sentir acontecer a reciprocidade das emoções,

e conviver com certezas que as dúvidas não levariam.

Eu quis demais e paguei muito caro por isso.

Só não sei dizer porque continuo querendo o que não posso.

O império materialista que satisfaz tanto a quem amo,

é algo do qual há muito tempo eu abri mão, não é nosso.

É algo que os anos vindouros jamais nos trariam...

E porque quero, nesse ainda que se faz o bastante,

preservo o sonho, apesar de todas as perdas e inconstâncias.

Obstinado esse querer que de mim se apodera

e tão somente é refeito por tudo o que considera,

os sonhos mais puros que, com amor, se realizariam...

ASA MORENA
Enviado por ASA MORENA em 24/01/2010
Reeditado em 16/05/2013
Código do texto: T2048120
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