O QUE AINDA QUERO
Eu quis pensar que nada teria fim,
que os caminhos eram maiores que meus devaneios,
que o tempo era uma constante ilusão,
sacramentando momentos que jamais passariam.
Eu quis transpor os limites da paixão,
edificar o amor, fazendo de base os meus sentimentos,
os meus sonhos e todas aquelas sensações...
sentir acontecer a reciprocidade das emoções,
e conviver com certezas que as dúvidas não levariam.
Eu quis demais e paguei muito caro por isso.
Só não sei dizer porque continuo querendo o que não posso.
O império materialista que satisfaz tanto a quem amo,
é algo do qual há muito tempo eu abri mão, não é nosso.
É algo que os anos vindouros jamais nos trariam...
E porque quero, nesse ainda que se faz o bastante,
preservo o sonho, apesar de todas as perdas e inconstâncias.
Obstinado esse querer que de mim se apodera
e tão somente é refeito por tudo o que considera,
os sonhos mais puros que, com amor, se realizariam...