Há no coração um deserto

Nem uma só árvore

Nem uma só folha balança

Não há brisa, nem vento.

A água morna não sacia.

A farta comida lhe faz mal.

O silêncio...

Tão desejado, incomoda.

O excesso supriu a falta

Tornando-se indesejado.

Há um deserto onde só existia vida!

Ninguém sabe quem permitiu

Que o Nada entrasse.

Instalou-se!

Agora restam longos caminhos de areia

Até que se chegue ao oásis

Sombra e água

Regenerando

Permitindo que a vida floresça

E coração, antes deserto,

Floresça!