INDÍCIOS

Chegou a tua mensagem

Naquele dia

E nem sequer fiquei a imaginar

Mas claro

Se nem te conhecia

Como querias

Que ficasse a te esperar?

Eu respondi instantaneamente

E vi a tua resposta prontamente

Com doces palavras a me encantar

E automaticamente, respondi

E recebi a contra-resposta

Pensei até que nem queria ler

Porém eu li de modo sorridente

Interagindo contigo novamente

E enquanto aguardo calmamente

Eu invento sentir aquela emoção

Recordando, sorrio docemente

O que gravei junto ao coração

Ainda espero...

Mas espero simplesmente

Para mim parecerá indiferente

Se quiseres responder ou não

Mas já surpreendi o inconsciente

Visualizando o teu dedilhar

Ao tecado, absorto e enigmático

Seria uma pena se fosse impressão

Pena?

Que pena!?

Mas o que disse agora?

É tudo pragmático

Estamos na era digital

Pena, lápis, caneta, coisa e tal

Nada mais será estático

Tudo isso já era

Mas quem sabe eu esteja perdida

Saída da Era Medieval

Das Cantigas de Amigo

Da serenata, do madrigal

Da cantiga de Amor

Do amor platônico

Do amor anônimo

Da poesia à moda provençal

E tua réplica, demora, demora...

E se não te esperava

Por que te espero agora?

É um sentimento inusitado

Nem alegre nem triste

É quase indiferente

Passivo, indícios de apatia

Pode ser até que nem deseje

Que haja resposta, realmente

Ou que me retornes algum dia

É...

Eu ainda não sei exatamente

O que pensar de mim ou de ti

Mas se não houver mais interação

À mensagem que ora escrevi

Tudo descanse em paz

Tudo jaz

Tudo termina aqui.