MARINA

De tanto aportar
De cais em cais
Não te percebo mais a bordo
Nem tripulação, embarcação ou ancoradouro
Nem bombordo, estibordo, da proa a popa...
Levantastes âncora e zarpou, partiu
No horizonte ao longe sumiu e agora....
Se naufragou, se piratas enfrentou
Se tempestades venceu ou em recifes bateu
E em ilha junto a coqueiros sobreviveu
Se construiu uma reles balsa
Se encontrou tesouro por mapa
Desconheço que até esqueço
Sei apenas que sem bússola estou
Desprovido de tudo, convés, casco, mastro...
Na contramão da fúria das marés
A mercê de ondas e tubarões
A deriva, ao sabor da corrente da vida
Já que sou náutico, naufrago desorientado
Sou como um sombrio navio fantasma
Sem marinheiros, sem alma, sem rota
Que apenas rumo ao horizonte singra
Ainda esperançoso por uma marina.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 26/05/2010
Código do texto: T2281586
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