Esperança

Por onde passa o tempo

Passa a porta

Que balouça a tranca

E destrava a vida

Apieda-se qual estorvo

Qual andante sem pudor

A frear seu destino

Onde houver frestas espiãs

Frestas que traem idéias

De voltas sem muitas idas

Por onde passa o tempo

Passa a morte

Que afrouxa a dúvida

E esfarela toda incógnita

Se o cão chora a dor humana

Chora o homem incapaz

De sentir a dor do cão

É porque finda a pauta

Já destruída e idosa

Nas mãos dos esquecidos

Por onde passa o tempo

Passa a vida

Onde a tranca fica aberta

Para a esperança aguerrida

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 11/07/2010
Código do texto: T2371921