PRA NÃO MORRER

Vi diante dos meus olhos

Outros olhos se fechando

Imergindo-se na escuridão

Desse mundo se ausentando

Vi tudo que se havia feito

Se desfazer naquele instante

O sonho antes era perfeito

A realidade foi marcante

Vi abaixo dos meus pés

O mundo se desabar

A frieza então se fez

No meu rosto a derramar

Vi como daquela hora

Tudo foi se modificando

Das pessoas o semblante

Os detalhes se agigantando

Vi diante de minha prece

Quantas preces no vazio

Quanto que se desconhece

O quão sente quem sentiu

Vi perante a minha dor

Como e quanto horror se fez

Em meu silêncio interior

Toda uma história se refez

As lembranças se ondulavam

Mnha mente em confusão

Caminhos e descaminhos

A emoção, sem haver razão

Detalhes de duas vidas

Que numa só se fundia

Vida que fora dividida

E fez daquele um outro dia

Vi diante dos meus olhos

Meus prórpios olhos se abrindo

Nascemos sozinhos, morremos sozinhos

E a vida vai seguindo

José Cardoso
Enviado por José Cardoso em 30/07/2010
Reeditado em 10/11/2016
Código do texto: T2407773
Classificação de conteúdo: seguro