Da minha Janela

Da minha janela posso ver o céu em harmonia com a natureza

Da minha janela posso ver um espelho

E nesse espelho eu vejo

Vejo sonhos espalhados pelo chão

Vejo conceitos adulterados, opiniões dilaceradas, personalidades modificadas

Vejo ainda dúvidas e culpas

Vejo felicidade de porcelana e alegrias de vidro

Vejo desejos reprimidos e vontades mascaradas

Mais ao fundo, vejo corações quebrados

Vejo sentimentos frustrados

Vejo solidão e tristeza por não poder ser a realidade do que se vive

Vejo descontração de papel e lágrimas de fél

Vejo amor e falta de liberdade para vivê-lo

Atrás do espelho, vejo pedaços de lembranças

A inocência da infância

Estilhaços de vida

Vejo ainda, um sorriso de criança

A vulnerabilidade dos sentimentos

Vejo pureza num choro triste que vem de um beco escuro e úmido

Vejo maldade num riso que vem debaixo de uma árvore frondosa

Da minha janela posso ver o horizonte

Posso ver o sol se pôr e posso vê-lo levar consigo tudo o que não quero

Da minha janela posso ver um espelho

E nesse espelho, tudo que vejo é o reflexo do céu