à voce flor e espinho...

Já me decidi não quero mais nada teu

Nem tua lembrança nem tua companhia

Nem sua voz ao meu ouvido nem tem cheiro junto a mim

Quero esquecer-te, pois me feristes

Nada, pois quero mais que isso

Apenas esquecer-te

E no infinito me lançar, a margem do esquecimento

No abismo da vida e nos sepulcros que nos rondam

Nas flores que não exalam mais cheiro

Viajo na lembrança de um dia feliz

Pálida sombra, amor escondido, dolorido ao peito

Tortuoso ao ser que calado fica, pois pasmo esta

Nunca fomos felizes, disse-me o peito!

Amargurado por tua causa, ainda assim espero teu retorno

Sabendo que machucado estou, que sangrando e morrendo aos poucos...

Mas não ligo... Não ligo para o que possa realmente acontecer ao nosso ser

Caído e nefasto, jogado a repulsa dos santos anjos que apenas nos observam

Talvez torcendo para que nos demos bem... Porem somente torcem...

Calados ficamos a tudo, querendo uma resposta, que nos satisfaça

Na vida á coisas certas? Ou somente o que imaginamos ser o tal?

Pude ver algo, que nós homens que vivem sobre a terra,

Rapidamente mudam seu pensar sobre si e os outros

Que a cada dia formamos mais nosso caráter buscando um aperfeiçoamento

Que na verdade nunca chega, mas fica mais e mais longe de nosso olhar...

vi em você o engano da vida, que por um instante pareceu demonstrar seu propósito

Que se revelou cruel ao meu pobre peito

Que nas respostas que busquei ao teu lado de nada valeram o esforço,

Que de ditosas lembranças e desejos que almejei de nada valeram

Somente foram ao vento como mais uma atividade que se sobrepôs a mim

Que veio somente arrasar e destruir algo que havia construído... A esperança...

Ainda assim como um pássaro ferido, busco o repouso, não sendo mais em seus braços

Mas buscando-o em algo forte, pois em seus braços gélidos serei satisfeito

Ó que momento de angustia surge ao peito, fraco ser

Que este momento passe como a brisa que levemente toca o rosto em noites frias

Que a dor que me arrebata traga-me o descanso, longe estou muito longe

A mente neste momento não sai de ti, a tua voz, teu cheiro, teu toque..

Que morramos, pois nada merecemos que sejamos fragilizados mais e mais a cada dia

Que nos tormentos da vida venhamos a falhar e que nada consiga nos saciar

Esta maldição esta exposta para nós, que aqui vivemos

Dorme a noite em seu silencio macabro, sua lamina afiada está

Dorme o ser silenciosamente, preso em seus pesadelos constantes

Fúnebres são seus pensamentos, a morte lhe conduz sem o próprio saber

Descansas enquanto perturbado fico na noite sem tua presença

Sorris enquanto choro amargamente por dentro,

Bato no peito dizendo o que eu fiz em vidas passadas, ou nesta para merecer tal coisa!!!

Privado de prazeres que poderiam me aquietar...

Longe estou de ti, nem sei o que pensas, não sei o que queres, não sei se vives...

Não sei o que sentes... Não sei se és tu, tu mesma...