A Espada do Bem Contra o Dragão da Maldade/1985

Vamos com essa espada,
Combater o dragão da maldade.
Não pense que é um conto de fadas,
Ferindo seu coração sem piedade.
Destruindo com essa lâmina, a crueldade,
Derrubando com muita coragem,
Isso que nos condena, a fragilidade.
Máscaras para os sem-vantagens.

Patas sujas de sangue que jorrou
Do gênio, pequeno inocente.
Esse derradeiro ser que nos condenou,
Segredos em um momento delinquente.
Labaredas consumindo a perfeição,
Cambaleantes, torturas sacrificantes,
Pendendo direto ao chão.
Estiradas, inertes, adeus instantes!

Brutal cauda que afana os pensamentos,
Almas negadas ao maldito.
Passos lentos, tormentos,
Desejarei quedas, não acredito!
Ideias aparecem, roubadas,
Jamais sugarão bondades.
Lavando mentes enganadas,
Não conseguindo tirar dignidades.

É preciso mais que espadas,
Armas assim, não podem destruir.
Cabeças serão apagadas,
Para o abismo conduzir.
Cansado de luta, não derrubando
Esse imenso, maldoso dragão.
Vidas acabando,
Corpos tombando, sem salvação.

Existem ainda crianças,
Em crescimento, sonhando e batalhando.
Serão essas esperanças
Renovadas, que estarão ganhando.
Novos rumos, gestos desconhecidos,
Forças e mãos cheias.
Os já vencidos,
Sem sangue nas veias.

Profundo penar, arrependimento,
Essas cobaias, ingênuas peregrinas,
Rezando, esquecendo o sacramento.
Devoção ao lado de esgrimas,
Inevitável fracasso nesta prisão.
Preferia um conto de fadas,
Não posso ferir o dragão.
Morro com esta espada.

                      
egpoesias@hotmail.com


EDIR GONÇALVES
Enviado por EDIR GONÇALVES em 11/12/2010
Reeditado em 06/05/2013
Código do texto: T2665124
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