ÁGUAS POLUÍDAS
Os barcos perdidos
No meio da estrada
Não navegam; não fazem mais nada.
O seu mar, está cheio de obstáculos.
Navegar nele, é quase impossível...
Mas eu encontro um caminho,
Vou navegar noutros rios...
Seu odor exala esgoto.
Sua água é só podridão.
Para alguns aventureiros
Ela é o seu caixão...
Sua memória está fraca,
Parece que a pilha acabou.
Diz que a vida é sem graça.
Pra todo mundo, é uma chata.
Nesses rios que hoje navego
Percebo que não estou sozinho,
Tem muita gente por perto...
Já fiz até alguns amigos!
Tão tentando te despoluir,
Mas você, não está nem aí.
Vou chamar sua atenção;
Vou atingir seu coração.
Lembre-se do cheiro da flor
Que hoje em você
Já não nasce mais...
Lembre-se do som dos peixes
Que em você
Já não nadam mais...
Lembre-se dos namorados
Que em seu leito
Olhando para a lua,
Ficavam a se beijar...
Enfim, lembre-se
Dos momentos felizes
Que famílias inteiras
Navegavam em você
Com a certeza de momentos
De intenso prazer...
Não há a necessidade de ser tão pura,
Tão despoluída, tão desprovida de obstáculo.
Seja apenas navegável
Para os barcos que nas estradas
Estão parados; morrendo; apodrecendo,
E enchendo-se de ratos!...
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br