ÁGUAS POLUÍDAS

Os barcos perdidos

No meio da estrada

Não navegam; não fazem mais nada.

O seu mar, está cheio de obstáculos.

Navegar nele, é quase impossível...

Mas eu encontro um caminho,

Vou navegar noutros rios...

Seu odor exala esgoto.

Sua água é só podridão.

Para alguns aventureiros

Ela é o seu caixão...

Sua memória está fraca,

Parece que a pilha acabou.

Diz que a vida é sem graça.

Pra todo mundo, é uma chata.

Nesses rios que hoje navego

Percebo que não estou sozinho,

Tem muita gente por perto...

Já fiz até alguns amigos!

Tão tentando te despoluir,

Mas você, não está nem aí.

Vou chamar sua atenção;

Vou atingir seu coração.

Lembre-se do cheiro da flor

Que hoje em você

Já não nasce mais...

Lembre-se do som dos peixes

Que em você

Já não nadam mais...

Lembre-se dos namorados

Que em seu leito

Olhando para a lua,

Ficavam a se beijar...

Enfim, lembre-se

Dos momentos felizes

Que famílias inteiras

Navegavam em você

Com a certeza de momentos

De intenso prazer...

Não há a necessidade de ser tão pura,

Tão despoluída, tão desprovida de obstáculo.

Seja apenas navegável

Para os barcos que nas estradas

Estão parados; morrendo; apodrecendo,

E enchendo-se de ratos!...

(PEREZ SEREZEIRO)

José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 14/12/2010
Reeditado em 23/12/2010
Código do texto: T2671905