Esperando a chuva
No Ceará, o que vi
de Fortaleza a Jeri
Enquanto a van engole o asfalto
a seca toma o campo de assalto
o pasto some
o jegue, o gado, o porco, o cão
magros de fome e desolação
Quando será que a chuva virá?
Enquanto a van engole o asfalto
implacável, o sol brilha ao alto
o rio some
as pontes se sucedem sobre a areia
um filete de água corre e rareia
Quando será que a chuva virá?
Enquanto a van engole o asfalto
a carnaúba resiste imponente
no solo seco e quente
pra mostrar que a terra é de gente forte
que espera e não teme a sorte
Quando será que a chuva virá?
Enquanto a van engole o asfalto
vejo cidades que nascem e cidades que morrem
a luta do homem
nas paredes pintadas, igrejas e flores baldias
nas ruas desertas, casas abertas e vazias
Quando será que a chuva virá?
E quando o bug corre para o mar
vejo as dunas traiçoeiras que o vento transporta
e engolem vilas inteiras
Vejo as espumas que escorrem das ondas
e somem na praia
e na beleza das areias e rochedos de Jeri
entre o pesadelo e o sonho
entre o medo e o risonho olhar das crianças
brincando na Lagoa do Paraíso
Por isso
não proponho nada além
da experiência de sentir ali
a luta pela vida
enquanto a chuva não vem...
No Ceará, o que vi
de Fortaleza a Jeri
Enquanto a van engole o asfalto
a seca toma o campo de assalto
o pasto some
o jegue, o gado, o porco, o cão
magros de fome e desolação
Quando será que a chuva virá?
Enquanto a van engole o asfalto
implacável, o sol brilha ao alto
o rio some
as pontes se sucedem sobre a areia
um filete de água corre e rareia
Quando será que a chuva virá?
Enquanto a van engole o asfalto
a carnaúba resiste imponente
no solo seco e quente
pra mostrar que a terra é de gente forte
que espera e não teme a sorte
Quando será que a chuva virá?
Enquanto a van engole o asfalto
vejo cidades que nascem e cidades que morrem
a luta do homem
nas paredes pintadas, igrejas e flores baldias
nas ruas desertas, casas abertas e vazias
Quando será que a chuva virá?
E quando o bug corre para o mar
vejo as dunas traiçoeiras que o vento transporta
e engolem vilas inteiras
Vejo as espumas que escorrem das ondas
e somem na praia
e na beleza das areias e rochedos de Jeri
entre o pesadelo e o sonho
entre o medo e o risonho olhar das crianças
brincando na Lagoa do Paraíso
Por isso
não proponho nada além
da experiência de sentir ali
a luta pela vida
enquanto a chuva não vem...