Ao zunir dos ribombantes arrebentos

Ao zunir da voz do velho e forte vento

Vai minh’alma aos confins do firmamento.

Para aonde irá essa minha vaga?

Quiçá, infante a um vil convento;

Ao relento arreliento dessa saga

A molhar algum rés de sarmento

Referta do mais impuro lamento.

O amor divinizável a mim me flagra.

Eis o meu destino de velho menino

Indo aportar celestino a outra plaga.

Nada mais me importa aqui na terra:

Mocidade, vaidade, grana e truculência

Na hipocrisia de salvar as aparências.

Ao sabor da vida a qual se encerra.

Sonhos; já os cultivei,

Agora que seja a sua vez.

Viver é bom pra se aprender,

E acordar pra se arrepender.

Poetar não é só falar de flor;

É ser valente com intrepidez.

Nesta vida existe a dor.

Para se dar o devido valor

De tudo aquilo que aqui se fez.

Poetas já se lastimaram à Jó no calor do inferno

No calar da paixão-amor e no calar do inverno.

Castro Alves com o seu Calcanhar de Aquiles.

E ao grande Camões; que o seu olho brilhe.

Pero de Caminha à Drummond com sua pedra

Tremendão comendo poeira à beira do caminho.

Enquanto o rei oferecia-lhe Detalhes de carinho.

Nesta bela vida à frágil vidro que a todos medra.

Apesar dos pesares a vida é bela.

jbcampos

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jbcampos
Enviado por jbcampos em 03/02/2011
Código do texto: T2769907
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