A MIM ME VENÇO TODOS OS DIAS

A mim me venço todos os dias;

minhas forças estão comigo;

e enquanto puder seguir caminho,

serei a âncora, deste

barco sem remos nem sal, neste

mar que mata tudo quanto crê.

É certo que a angústia vem pela

manhã –

a chuva deixa-me triste agora –,

mas num salto,

saio da cama e me apronto,

para as tarefas complementares.

Tenho frio; não me queixo.

E ponho o meu melhor sorriso,

para as pobres almas,

que anseiam uma palavra,

feita de ternura e de afecto,

que os faça sentir-se em vida.

Sem mim esta casa estaria

desolada,

cheia de retratos enegrecidos

pelo tempo impiedoso,

e só um queixume de relógio

bateria nos pregos da parede.

Bem sei que o pior ainda está

por vir,

em folhas ridiculamente sem

um machucar de palavras,

onde tudo é frio, nunca

nos preparando para o exorável.

Mas seja o que for a nossa dor,

lutaremos

sem renúncias nem

desfalecimentos, que nos torne

entorpecidos e incoerentes,

e agrave o pesar, de quem sofre.

Jorge Humberto

14/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/02/2011
Código do texto: T2791751
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