AGÔNICO...
AGÔNICO...
Sergio Pantoja Mendes
Sou o que te amou,
e que nada mais posso te dar agora,
quando me desvaneço.
Nos vivemos em nós e por nós,
minha voz, tua voz,
minha alma, tua alma...
Bebi da tua saliva e da minha provaste.
Como te deixarei?
Como conseguirei me enterrar
e apodrecer minha carne,
na terra crua e suja, sem ti?...
Vejo cair de mim, a vida envelhecida.
Vejo também min'alma,
que de mim sái em silêncio,
mas me quedo impotente,
pra mudar este fato...
Eu porém, no último momento da agonia,
num último lâmpejo de razão,
pressinto então que minha vida,
retornará plena e luzindo um dia;
em outro plano astral paralelo.
Onde por certo estarás
e onde por certo estarei;
pra te amar de novo...