VEJA QUE LINDO, O LUAR,
Veja que lindo, o luar,
Veja, amor, a noite estrelada!
As ondas fagueiras no mar,
A nossa vida enleada!
Absorto estou em sofrimento
Por tuas nebulosas razões
Que atormentadas, o vento,
Atormenta os nossos corações.
Tu perdeste o luar na fenda
Que descortinara o céu
Na noite taciturana, é lenda,
Contada por um tabaréu.
E este flavo ouro da tarde
Que ocasionara o encontro
Incendeia flama arde
N´alma o recontro.
Pois a noite me interna
No seu vasto leito sideral
Voeja minh´alma eterna,
No pecado original.
Pois no mago anoitecer
Que caem estrelas condões,
O meu peito entristecer
Por tuas nebulosas razões.
É quando tu vens na imagem
Na mente deste pobre poeta
Numa letárgica miragem
Cuja tristeza mais aperta.
Eu já vi dureza rocha tua
Neste marmóreo coração,
Mas pode a fé mover a lua
E na pedra florescer paixão?
É o milagre do estóico amor,
No caminho rochas viram flores
E o júbilo nascer da minha dor,
Pode do insípido nascer sabores?
Cismo agora o amor querido,
Uma face doce a me escutar
Já não me sinto mais ferido
Desde a hora que me fiz cantar.
Já não vejo mais fero destino,
Pois nas mãos de D´us destino está
Ele é piedoso e cristalino,
Sei que a decisão não será má.
(YEHORAM)