MEU INTERIOR RINOCERONTE!

Dia chato... só tédio!

Nenhuma luz tardia

a iluminar meu prédio...

traga-me, enfim, o remédio...

Nenhuma chuva de fogos

nenhum artifício,

pareço despencar

num imenso precipício.

Nem mesmo a distração de jogos

para soerguer destroços

causados no eu do meu mim...

Só, somente só!... Solidão sem fim.

Dormitar, dormir, será que sim?

Sonhar, fantasiar... será que dá?

Ou apenas esperar dia seguinte

pra ver se com um pouco de requinte...

Tornarei a sentir

o sol na minha fronte

a surgir num vagar

por trás dos montes...

E como novidade e sem acinte,

desacinzente o dia pra que eu pinte

numa tela, o sorriso do horizonte...

E, enfim, espante o meu rinoceronte!

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 07/04/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2895469
Classificação de conteúdo: seguro