o sabor do veludo

aceitei o conselho do poeta

e deixei o poema dormir

no outro dia de manhã

fomos tomar café

e continuamos não nos entendendo

saí pra trabalhar

e ele foi ao seu dia-a-dia

foi pra livraria

se dependurar numa estante

à espera de que alguém o lesse

e eu à espera de que chovesse

pra que não ficasse mais claro

à noite, pensei, o encontro será inevitável

e aí nós dois cansados

é que não vamos mesmo nos entender

mas qual a minha surpresa

ele me esperava à mesa

com dois copos de licor

um líquido de cor verde-escura

parecendo veludo

e depois das primeiras beiçadas

começamos a nos entender...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 29/04/2011
Código do texto: T2937617
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