As palavras extraviadas
Queria procurar no interior de mim todas as ideias que já tive,
Das mais inaceitáveis, às mais bonitas.
Onde elas estão? Em que lugar de meu coração se ocultam?
Já pensei em gravá-las, mas as ideias parecem ter vida própria
e surgem inesperadamente, em insensatos instantes.
Impossível conservar, são como a ventania.
Às vezes, uma só palavra se expande e traz pra si possibilidades infindas.
Um bloco, um emaranhado de fios sem relação visível,
Mistério a ser revelado, como se eu fosse uma arqueóloga, exumando
algo frágil, valioso, criando em mim mesma esperança, receio.
Mesmo que eu os livrasse de mim, utilizando minha voz,
será que atingiria uma expressão que fizesse sentido?
Não!
É necessário serenidade,
É preciso sentar, acalmar o espírito e esquecer de tudo.
Como a pintura, como na música, é necessário ir em procura da harmonia.
Unir as letras, como se faz com as colorações, com as notas.
É necessário .... INVENTAR.