SOLIDÃO

De mim, a solidão se apodera,

E a tristeza se instala, sem permissão.

Meus pensamentos voejam

sem alcançar os altos dos meus desejos.

As horas mornas da madrugada,

companheiras insones, me sustentam

num misto de ternura e compaixão.

Choram comigo as badaladas,

- de um sino - que se dobra -

indolentes , ao amanhecer.

É hora do despertar,

ou apenas,

descerrar os olhos extenuados,

e, genuflexo,

buscar conforto apaziguador.

A noite se foi, cedendo ao sol espaços,

Raios de luz tingem o horizonte,

e meu pensar, um tanto inerte,

declara-se vencedor,

não se deixou sucumbir

às horas mortas da escuridão.

Um novo alvorecer invade minh’alma,

aquece a vida,

renova esperanças,

cumpre o ciclo

para acolher um outro anoitecer...

ANACLARA RIBEIRO
Enviado por ANACLARA RIBEIRO em 18/06/2011
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