SOLIDÃO
De mim, a solidão se apodera,
E a tristeza se instala, sem permissão.
Meus pensamentos voejam
sem alcançar os altos dos meus desejos.
As horas mornas da madrugada,
companheiras insones, me sustentam
num misto de ternura e compaixão.
Choram comigo as badaladas,
- de um sino - que se dobra -
indolentes , ao amanhecer.
É hora do despertar,
ou apenas,
descerrar os olhos extenuados,
e, genuflexo,
buscar conforto apaziguador.
A noite se foi, cedendo ao sol espaços,
Raios de luz tingem o horizonte,
e meu pensar, um tanto inerte,
declara-se vencedor,
não se deixou sucumbir
às horas mortas da escuridão.
Um novo alvorecer invade minh’alma,
aquece a vida,
renova esperanças,
cumpre o ciclo
para acolher um outro anoitecer...