O FINDAR DE UMA ESPERA

No ócio de uma solidão,

N´alcova do repouso a toa

Sem saber que na escuridão

O silêncio n´alma ecoa.

Nela vejo a noite e o dia,

O findar de uma espera

Que dantes no peito ardia

E agora é só quimera.

No leito viro-me para o lado

Espero pelo sono, pela morte,

Esquecido, desdenhado,

Na ventura desta minha sorte.

E o dia vai e vem tão fugaz,

Pois na inércia nada acontece,

Se não levanto tanto faz,

O mundo tudo esquece.

As palavras pairam na mente

Fervilham versos pensativos,

Nada se mexe no silente

Do coração sem motivos.

E na jovem manhã fecunda

Que a luz da esperança,

Da obscuridade profunda,

É o sonho de uma criança.

Já sinto se aproximar de mim

A gélida mão sintomática

Que da idade prenuncia enfim

A anunciação mera e estática.

Já vou acordando deste sonho

Ao encontro da real realidade

Que desintegra o tristonho

Da dor desta orfandade.

E quando o brilho no cimo

For suplantar a fugacidade

O que da vida mais estimo

É o ideal, é a verdade.

A bondade será elegância,

A sinceridade será a nobreza

O poder não terá distância,

O amor será minha riqueza.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 02/07/2011
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T3071275
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