Solitude

Vou sair pelo mundo, a divagar

respirando fundo poços de ilusões

a buscar o sentido do amor eterno

das saudades e dos desejos,

que eu mesma esqueci.

Memórias veladas,

pensamentos descuidados

olhar lascivo

no rastro da própria sombra,

sem poder dizer uma verdade sequer.

Esqueço-me...

Engulo-me...

É como se o amanhecer não fosse acontecer jamais.

Presa, e entregue à dor de não resistir

as minhas incoerentes fantasias

Olho prá mim e vejo minha pequenez

Onde a culpa é minha própria redenção.

Não posso ter a paz do colo que procuro,

os braços para aquecer minha alma pedinte

Apenas beijos de vento

Olhos ao mar e sonhos na noite.

A ilha é o que sou, um ponto.

Nada encontro de mim,

Ou daquilo que um dia eu seria,

Se de fato existisse...

(MérciBenício)