O POÇO ONDE TE AFUNDAS
O POÇO
Que albergam teus olhos cegos
Descendo a escadaria do silêncio.
Quanto mais fundo, mais te vais
No abismo do poço onde te perdes
E vagarosamente te afundas.
Que fantasia
Enfeitares-te de segredos
Com grinaldas de feridas em flor
Presas num vertiginoso entrançado
De palavras desacreditadas
Quando mais não escutavas
Que o som dos teus passos arrastados
Em redor de um abismo de cólera em rodopio.
Ergue o teu rosto de lágrimas
Acende nos teus olhos a luz serena da paz
Despe-te de orgulhosas certezas
Paradoxais e frágeis.
Enxuga o teu rosto de mágoas
Colhe as mais belas flores da Primavera e sorri
Ao renascer mágico da manhã
Uma alegria é feita de uma dor
Uma dor é um pedaço de lamento
Um lamento é um suspiro de amor
Amor é da alma o sustento.
Auto foto/poesia: Josalvespt
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