O POÇO ONDE TE AFUNDAS

O POÇO

Que albergam teus olhos cegos

Descendo a escadaria do silêncio.

Quanto mais fundo, mais te vais

No abismo do poço onde te perdes

E vagarosamente te afundas.

Que fantasia

Enfeitares-te de segredos

Com grinaldas de feridas em flor

Presas num vertiginoso entrançado

De palavras desacreditadas

Quando mais não escutavas

Que o som dos teus passos arrastados

Em redor de um abismo de cólera em rodopio.

Ergue o teu rosto de lágrimas

Acende nos teus olhos a luz serena da paz

Despe-te de orgulhosas certezas

Paradoxais e frágeis.

Enxuga o teu rosto de mágoas

Colhe as mais belas flores da Primavera e sorri

Ao renascer mágico da manhã

Uma alegria é feita de uma dor

Uma dor é um pedaço de lamento

Um lamento é um suspiro de amor

Amor é da alma o sustento.

Auto foto/poesia: Josalvespt

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Josalvespt
Enviado por Josalvespt em 03/08/2011
Reeditado em 11/08/2011
Código do texto: T3137022
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