Gotas de um Presente

Percorrendo estradas longas, raras e escuras,

Encontro me aqui, numa estranha multidão,

Trancafiada em versos,

Glorificados por um árduo começo,

Não necessariamente por um fim.

Janelas que sentiram meu corpo repousar,

Sobre o salgado sabor de dolorosas lágrimas,

Que caíam desesperadamente

Arfavam a dor,

Presentes em um mundo sem cor, sem ar.

O que fizestes com a minha alegre alma?

Rapidamente implora para sair,

Saída não há.

Perfura - se ao amargo gosto do vermelho,

De um coração que já não pode bater.

Observei as folhas de outono despencarem,

Como gotas de orvalho sobre a camada de pele.

Ah, bons tempos seriam aqueles de pura inocência,

Lábios se abririam ao som de uma única palavra e tudo estaria a salvo.

O espelho envelhecia,

Junto a ele, minha eterna juventude.

Presenciei a ida de muitos,

Volta de poucos.

Dizem que mudei, mas apenas cresci.

No abismo tênue entre o céu e a terra,

A tua mão acaricia o meu rosto,

Suave como a névoa ao tilintar do vento,

Busquei a essência em minhas próprias palavras,

Onde a fantasia deixou gotas que retornarão ao presente.

Priscila Czysz
Enviado por Priscila Czysz em 10/11/2011
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T3328301
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