Gotas de um Presente
Percorrendo estradas longas, raras e escuras,
Encontro me aqui, numa estranha multidão,
Trancafiada em versos,
Glorificados por um árduo começo,
Não necessariamente por um fim.
Janelas que sentiram meu corpo repousar,
Sobre o salgado sabor de dolorosas lágrimas,
Que caíam desesperadamente
Arfavam a dor,
Presentes em um mundo sem cor, sem ar.
O que fizestes com a minha alegre alma?
Rapidamente implora para sair,
Saída não há.
Perfura - se ao amargo gosto do vermelho,
De um coração que já não pode bater.
Observei as folhas de outono despencarem,
Como gotas de orvalho sobre a camada de pele.
Ah, bons tempos seriam aqueles de pura inocência,
Lábios se abririam ao som de uma única palavra e tudo estaria a salvo.
O espelho envelhecia,
Junto a ele, minha eterna juventude.
Presenciei a ida de muitos,
Volta de poucos.
Dizem que mudei, mas apenas cresci.
No abismo tênue entre o céu e a terra,
A tua mão acaricia o meu rosto,
Suave como a névoa ao tilintar do vento,
Busquei a essência em minhas próprias palavras,
Onde a fantasia deixou gotas que retornarão ao presente.