Única Saída
Os labirintos da vida,
Estão em idéias contidas,
Que geram tantas feridas,
Das querências amigas.
Estar sempre dividido...
Escolher isso ou aquilo...
Estar amiude aflito...
Embramar-se num duvidar esquisito.
Como pode ser tão ambíguo,
De mim o mesmo facínio ?
Querer o querer iníquo,
Que também é puro e sanguíneo?
O bem e o mau existem dentro de mim.
Beijar uma boca carmim,
Num desejo findo ou sem fim.
Como esquecer da pele, o cetim?
Óh...labirinto desenfreado...
Se mesmo tomando o cuidado,
Me encontro sempre acuado,
Por escolher santidade ou pecado.
Óh...corredores equartos sem saída...
Onde se entra e deixa a mágoa poida,
Sem chegada, nem despedida,
Encontrar-se numa amarga porvida.
De repente o peito estasia...
Na garganta, um nó, um gargalo,
Única saída...: a poesia.
Vida nos versos que ora canto...ora calo.