DISCREPÂNCIA
Quem sou eu? A quem me julgo?
Quanto de mim há neste que me revejo?
Instante prematuro de algo vulgo -
Serei só este quando me prevejo?
Atravessei desertos de agonia
Despi-me de tudo o que me cercava
Vi da noite o nascer do dia
E a pena que ao longe se calava.
Diferentes posições o mesmo ângulo
Encontrei-me a sós com o meu eu
Rosas perfumadas e flores de sândalo
Cobriram-me no que nem era meu
Hoje descobri-me ser consciente
E as cãs que meus cabelos ostentam
Fazem de mim um ser diferente
Nas madrugadas que me acalentam
Jorge Humberto
14/01/07