DISCREPÂNCIA

Quem sou eu? A quem me julgo?

Quanto de mim há neste que me revejo?

Instante prematuro de algo vulgo -

Serei só este quando me prevejo?

Atravessei desertos de agonia

Despi-me de tudo o que me cercava

Vi da noite o nascer do dia

E a pena que ao longe se calava.

Diferentes posições o mesmo ângulo

Encontrei-me a sós com o meu eu

Rosas perfumadas e flores de sândalo

Cobriram-me no que nem era meu

Hoje descobri-me ser consciente

E as cãs que meus cabelos ostentam

Fazem de mim um ser diferente

Nas madrugadas que me acalentam

Jorge Humberto

14/01/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 15/01/2007
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