RETORNO A VIDA
RETORNO A VIDA
Punha no papel sucessos e fracassos
Até que um dia cansou os braços
Resolveu que não mais anotaria
Sequer uma palavra dita no dia
Fechou-se num mundo amorfo
Deixou-se crescer mofo
Não mais tinha a galhardia
Deixou seu cérebro à bulimia
Passou a vagar sem destino
Pelas folhas em branco
Num verdadeiro desatino
A se espalhar tal qual um cancro
Até que um dia voltou a pena a anotar
Voltou a querer desembaralhar
Aquelas cartas que tanto lhe acendiam
E faziam-no brilhar
Aos poucos foi se recuperando
Escrevendo, anotando, sublinhando
Tudo que a volta acontecia
Enfim acabou-se a apatia
Conseguiu sair de seu buraco
Com as feridas cicatrizadas
Pronto para escrever tiradas
Principalmente sob efeito de Baco