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Circo da Vida



Desolada a platéia, assiste a tudo calada
Da colorida lona apenas os restos do nada
Derrocada da magia, cai o circo da alegria
Delicadas bailarinas no bailar da nostalgia


Enlouquece o bilheteiro sem saber o paradeiro
Do brilho e da alegria que enfeitava o picadeiro
Cacos de espelhos cintilam sob o sol do meio dia
Desce a cortina do amor, nasce o cenário da dor


Da caixa de sonhos e magia agora só agonia
Choram o engolidor de fogo, o cantor e a atriz
Pobre das equilibristas agora no fim das listas
No trapézio da saudade a balançar por um triz


A florista desolada recolhe pétalas dos sonhos
Do pipoqueiro restou apenas o olhar tristonho
Bandeirinhas espalhadas na tristeza da calçada
A foca meio aturdida tenta alegrar a criançada


Vai-se o Sol, chega a noite no tapete de estrelas
Dormem na triste platéia artistas de toda gama
No manto sagrado escuro amontoados nos muros
Até descortinar o arrebol iluminando as ramas


Ramifica a esperança nos sorrisos dos palhaços
Tambores, clarinetes, malabares e tamboretes
Anunciam o novo marco, o circo não pode morrer
É preciso a união para estender as lonas da lida
Malabares e alegorias no circo chamado VIDA!


(Ana Stoppa)


(Anenska Stopensas)