Depois de Vinte e todos.

Minha embarcação Juventude

Um dia soçobrou,

Ao mar da idade balouçou,

Contra as ondas do tempo rangeu.

Criou marolas na mansidão

Dos lagos do sono.

E por fim após trinta e uma viagens

Encontrou os recifes da incerteza

e os icebergues do medo,

Mas, antes de me afogar,

Criei:

Usei tudo que a Juventude me deixou;

Toras de boas amizades para o esqueleto

Tábuas de amores passados para recobrir

Pregos de alegrias

Para o mastro família( a escolhida e a natural)

Estopas velhas dee tristeza

Para calafetar.

E um pano de fé

em mim,

nos meu queridos

No futuro

e na juventude

usei como vela.

Afinal,

Para os outros

Minha juventude

Pode ser diferente

mas eu sempre sei

para mim,

É e sempre será a mesma.

André Marrão
Enviado por André Marrão em 05/05/2012
Código do texto: T3650330
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