CORAÇÃO DE POETA
Como, depois de tanto tempo,
Esse coração ainda bate?
Como ainda bate no peito
Depois de tanto desalento,
De sentidos prantos, quantos
Derramados pelos cantos
Dessa vida tão vivamente sofrida?
Esse coração, depois de tanto sentir,
Ainda sente, e ressente,
E pressente seu fim sem demora
Em alguma paragem no futuro,
Ou seu recomeço sem fim
Em alguma morada na eternidade!
Esse coração que já foi outrora
Coração de bebê,
Coração de criança,
Coração de adolescente,
Hoje ainda bate,
E bate mais forte,
Como nunca bateu antes,
Porque esse coração,
Ouvindo as estrelas distantes,
Já não teme a própria morte!