Nada como um dia após o outro
Quem nunca teve
O dia da maior tristeza
Quando viu o que não queria
E o sangue queimou-lhe as veias
Sufocando-lhe os sentidos
Em profunda desilusão...?
Quem nunca sentiu
A estranha sensação da perda
A triste morte dos sonhos
Quando a visão desnorteou a utopia
Mandando pisar firme no chão
Os pés que andavam na lua?
Aos que por isso passaram
Ou que ainda passarão
Que não fiquem perdidos
Sôfregos, desencantados!
Que a vida passa, o tempo passa,
O infortúnio, um dia, passa...
O sofrimento abranda
O coração amolda
A tristeza demora, mas se esvai.
Fica, com certeza, a saudade
Daquilo que não se teve por inteiro
E retoma-se, mais forte, à realidade...