depois do horizonte

lençol de cetim,

espera por mim

o beijo da rua

deixou-a mais nua

no farol da barra

o mar não esbarra

da torre suprema

se fez o poema

mugido de jegue,

não há quem sossegue

de um poço profundo

surgiu esse mundo

não toque a ferida

que foi esquecida

se limbo é o lume,

pra quê vagalume?

a pobre rainha

ficou com o que tinha

e o rei não perdeu,

pois nada era seu

na briga de galo

só se ouve estalo

a chuva irriga

e o sol se intriga

mas vem e semeia

enquanto incendeia

não é toda luz

que o cego conduz

mas há uma ponte

depois do horizonte

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/12/2012
Código do texto: T4053417
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.